Artigo: Ceder não é perder

Por Guilherme Lemermeier Rodrigues, licenciado em Matemática, especialista em Ensino de Matemática e mestre em Educação. É professor do Ciclo Básico de Engenharia da Universidade Positivo (UP)

Atualmente sou professor do Laboratório de Cálculo Aplicado (LACA) na Universidade Positivo (UP) para os cursos de Engenharia e nesse contexto confesso entusiasmado que estou tendo grandes surpresas nessa nova empreitada.
No final do primeiro bimestre deste ano, fizemos duas propostas de avaliação que foram somadas. Uma foi um miniseminário, no qual a ideia era bem simples: os alunos deveriam apresentar a resolução de um exercício para suas respectivas turmas. A outra era a gravação, pelo celular, de um vídeo curto de uma explicação de um exercício do livro texto.
Ao fazer as propostas a grande maioria deles comprou os desafios da apresentação e gravação na hora. E, como os deixei livres de um modelo formal, muitos inovaram nisso. A criatividade correu solta, as trocas de experiências foram significativas, o companheirismo entre eles e eu surgiu naturalmente. Nos vídeos muitos mostraram grande desenvoltura, muita clareza e didática. Nos miniseminários tivemos belíssimas apresentações com direito a muitas referências didáticas e informativas.
Mas, por que estou relatando isso para você?
Para passar a mensagem de que é possível fazer dos estudos algo prazeroso e harmonioso. Sabemos que estudar em um mundo de múltiplas ofertas “mais atrativas” é muito complicado, mas ao ver os alunos empenhados para as apresentações, discutindo soluções e abordagens, dentro e fora da sala de aula, o espírito desse professor de meia idade (é a primeira vez que escrevo isso) se encheu de esperança, passei a ver um bom futuro para nós.
Dias atrás, conversando com minha esposa, que também é professora, soube que um outro professor solicitou como tarefa para os alunos a correção ou ampliação dos textos na Wikipedia das personalidades de relevância dos assuntos estudados na disciplina. Grande ideia! Isso é envolver os alunos de forma colaborativa em uma tarefa de relevância social.
Enfim, é ótimo ceder espaço a eles. Afirmo categoricamente que eles sabem preencher cada tantinho dado. Nós, professores, precisamos aceitar que os tempos são outros, precisamos aceitar que o modelo colaborativo é muito mais funcional e atraente para todos. Ceder espaço não é perder espaço. Ceder é transferir, é dar de si, é se mover.
Na minha experiência, as expectativas foram superadas em muito, creio que é assim quando nossos alunos entendem a proposta de trabalho. No caso do colega que solicitou a tarefa do Wikipedia, acredito que a experiência também seja a mesma. Acredito que com essa nova geração teremos um belo caminho pela frente. Só precisamos caminhar simplesmente juntos, sem competição desnecessária pelo espaço da sala de aula.

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