Estudo ressalta a importância da conservação ambiental para a segurança hídrica de Santa Catarina

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Material produzido pela Fundação Grupo Boticário mostra os benefícios do projeto “Produtor de Água do Rio Vermelho” para a região Norte do estado

Garantir a preservação do principal manancial de abastecimento público de água do município de São Bento do Sul. Esse é o objetivo do projeto de pagamento por serviços ambientais (PSA) “Produtor de Água do Rio Vermelho”, instituído pela prefeitura municipal e pelo Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (SAMAE), que contou com a parceria da Fundação Grupo Boticário. O estudo “Soluções Baseadas na Natureza para aumento da Resiliência Hídrica”, fundamentado nos resultados da atuação na cidade catarinense, será divulgado na próxima quinta-feira (29), no Instituto Federal Catarinense, às 13h30, em São Bento do Sul.
O objetivo do estudo foi identificar os benefícios da conservação e recuperação das áreas naturais nas bacias hidrográficas do município de São Bento do Sul e região, visando o aumento da segurança hídrica econsiderando também os impactos da mudança do clima. Com base nos resultados, a Fundação Grupo Boticário contribui com os processos de tomada de decisão, possibilitando o direcionamento dos investimentos para as regiões com maior retorno. Além disso, a instituição subsidia tecnicamente uma possível ampliação da área de implantação do projeto “Produtor de Água do Rio Vermelho”.
O coordenador de Soluções Baseadas na Natureza da Fundação Grupo Boticário, Renato Atanazio, explica que o estudo traz informações sobre o retorno econômico de investimentos em ações de conservação da natureza. “Com o estudo, temos a quantificação e valoração gerada pela preservação das áreas naturais de São Bento do Sul. A ideia é apontar qual o retorno de investimento deste trabalho e quais os custos que o município teria se não fizesse esse investimento ambiental”, explica Atanazio.
Segundo ele, o projeto desenvolvido na cidade catarinense tem relação direta com o custo do tratamento da água. Áreas desmatadas geram maior aporte de sedimentos para o leito dos rios e quanto mais sedimentos na água captada maior é o custo de tratamento. Ou seja, direcionar recursos para a preservação de áreas estratégicas apontadas pelo estudo gera uma economia considerável no custo de tratamento da água. Além disso, esse estudo também vai poder servir de referência para outros municípios e outras empresas que dependem do recurso hídrico, focando em quanto pode ser economizado com a preservação ambiental”, ressalta Atanazio.
Para Paulo Schwirkowski, da Divisão de Resíduos Sólidos Urbanos da SAMAE, o estudo é muito importante para embasar o crescimento do programa. “Para isso, precisamos planejar a expansão. Com pesquisas como essas, que norteiem esta expansão, as chances de erros são quase nulas. Pretendemos passar o programa atual de 17 propriedades para mais de 30. Portanto, um bom planejamento é essencial”, ressalta.
O lançamento do estudo faz parte das ações da Fundação Grupo Boticário em parceria com a Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC). A assinatura da parceria entre as duas instituições ocorreu na semana passada.
Aumento da Resiliência Hídrica
O estudo de Soluções Baseadas na Natureza aponta que, com a restauração de 3.239 hectares, preservação ativa de 1.620 hectares de florestas, além da manutenção da área já preservada pelo programa de PSA existente em São Bento do Sul, haveria uma redução de até 54% de sedimentos que chegam nos rios, com potencial de aumentar a produção de água em até 2,8%. Isso hipoteticamente equivaleria ao consumo de 29 mil pessoas em um ano. O potencial de reduzir os custos de tratamento e abastecimento de água na região é de 13% para a empresa de água em São Bento e 26% em Rio Negrinho, município vizinho.
O material desenvolvido pela Fundação Grupo Boticário ainda alerta que, caso haja perda de infraestrutura natural em São Bento do Sul, por meio de desmatamento, os prejuízos econômicos poderiam chegar a quase R$ 1 milhão por ano para o próprio município, além de R$ 32 milhões por ano em prejuízos para outras cidades, já que essa bacia hídrica também tem conexão com as regiões de Joinville e Jaraguá do Sul, por exemplo. “A preservação do patrimônio natural de São Bento do Sul é importante para todo o estado catarinense. A degradação da bacia do Rio Vermelho também teria impacto na resiliência da região para absorver os impactos de grandes eventos climáticos”, explica Atanazio. A mudança do clima vai impactar as regiões como um todo, sem respeitar os limites geográficos estabelecidos pela sociedade. Este estudo demonstra que a preservação em um município beneficia toda a região, por isso, a gestão deve ser feita de forma integrada.
Sobre a Fundação Grupo Boticário
A Fundação Grupo Boticário é fruto da inspiração de Miguel Krigsner, fundador de O Boticário e atual presidente do Conselho de Administração do Grupo Boticário. A instituição foi criada em 1990, dois anos antes da Rio-92 ou Cúpula da Terra, evento que foi um marco para a conservação ambiental mundial. A Fundação Grupo Boticário apoia ações de conservação da natureza em todo o Brasil, totalizando mais de 1.500 iniciativas apoiadas financeiramente. Protege 11 mil hectares de Mata Atlântica e Cerrado, por meio da criação e manutenção de duas reservas naturais. Atua para que a conservação da biodiversidade seja priorizada nos negócios e nas políticas públicas, além de contribuir para que a natureza sirva de inspiração ou seja parte da solução para diversos problemas da sociedade. Também promove ações de mobilização, sensibilização e comunicação inovadoras, que aproximam a natureza do cotidiano das pessoas.
 

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