Mitos e verdades sobre a tireoide são temas de campanha

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Médicos esclarecem dúvidas da população em ação na Boca Maldita, em Curitiba (PR), no sábado, dia 26

 

Os hormônios tri-iodotironina (T3) e tiroxina (T4), produzidos pela tireoide, desempenham papel de suma importância ao longo da vida – da formação de órgãos fetais (principalmente o cérebro), ao crescimento, reprodução e até o envelhecimento. Influenciam o sono, o raciocínio, a memória, os batimentos cardíacos, a temperatura corporal, o funcionamento intestinal e o metabolismo.
Com tantas funções importantes, a tireoide e seus hormônios tornaram-se alvo de diversos mitos que, se não esclarecidos, podem causar sérios danos à saúde. Por isso, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) aproveita o Dia Internacional da Tireoide, celebrado em 25 de maio, para divulgar uma campanha sobre os principais mitos e verdades sobre essa glândula.
Principais dúvidas da população:

  1. O hipotireoidismo é comum, causa cansaço e pode ser diagnosticado por exames de sangue. Verdade. As doenças de tireoide são mais comuns em mulheres e aumentam a prevalência com o envelhecimento. São mais raras em crianças mas, em qualquer faixa etária, o hipotireoidismo é a disfunção tireoidiana mais comum, afetando entre 8% e 12% dos brasileiros. Os principais sintomas são a sonolência excessiva, o cansaço, a falta de disposição, lentidão, dificuldades para exercer tarefas, esquecimento fácil, tristeza, intestino preso, ressecamento da pele e cabelos, unhas fracas e pequeno ganho de peso inexplicável. “Esses sinais aparecem também em diversas doenças, por isso, é fundamental realizar exames para diagnosticar a verdadeira causa”, alerta o endocrinologista Cleo Otaviano Mesa Junior, diretor da SBEM-PR. As dosagens do TSH e do T4 livre avaliam a função tireoidiana. Porém, outros exames podem ser solicitados. Quem apresenta sintomas ou possui histórico familiar de doença tireoidiana deve consultar um médico. Já para mulheres que pretendem engravidar, estão no início da gestação ou mulheres com mais de 60 anos, o recomendado é realizar os exames, mesmo sem sintomas.
  2. O hipotireoidismo causa obesidade e tomar hormônio para tireoide emagrece. Mito. Quando não tratado, o hipotireoidismo pode gerar um leve ganho de peso, cerca de 2 ou 3 quilos, geralmente devido à retenção de líquidos. Já o hipertireoidismo emagrece – porém, a perda é de massa magra – e não de gordura. “Utilizar hormônios tireoidianos para emagrecer é totalmente contraindicado, pois provoca perda de massa muscular às custas de um hipertireoidismo induzido por medicamento. Ou seja, uma doença é provocada na tentativa de resolver outra”, alerta o médico. “Além disso, podem causar sérios problemas, como arritmias e hipertensão, e também acabam provocando um efeito rebote – o paciente volta a ganhar peso assim que para de utilizar os hormônios”, completa.
  3. Doenças da tireoide afetam crianças e a gravidez. Verdade. “Tanto o hipotireoidismo, como o hipertireoidismo podem afetar a fertilidade, causar parto prematuro, abortamento de repetição e doença hipertensiva gestacional”, alerta o endocrinologista. O hipertireoidismo pode ainda causar morte fetal – e inclusive materno, em casos extremos. No feto, também pode causar retardo de crescimento intrauterino e déficit cognitivo e intelectual. Por isso, o acompanhamento médico é fundamental. Nas crianças mais jovens e recém-nascidos, o mais comum é o hipotireoidismo congênito – que, se não tratado, pode causar prejuízos no processo de aprendizagem e crescimento dos ossos e dentes.
  4. O T3 (tri-iodotironina) trata estresse, cansaço e desânimo e pode ser formulado com segurança. Mito. “O T3 não deve ser usado para tratamento desses sintomas ou para doenças da tireoide, inclusive podendo causar riscos à saúde”, alerta o médico. Além disso, como não há disponibilidade de medicamentos industrializados e o hormônio é manipulado em microgramas, e não em miligramas como a maioria dos medicamentos, a manipulação com precisão é difícil.
  5. O iodo faz bem para a tireoide e deve ser administrado durante a gestação. Mito. Diversos vídeos na internet estão induzindo o consumo de iodo por gotas de Lugol, com a falsa ideia de acelerar o metabolismo e auxiliar no emagrecimento. “A concentração de iodo no Lugol é altíssima e, mesmo uma gota, possui uma quantidade de iodo muito maior que a necessidade diária, o que, na verdade, faria muito mal à tireoide”, enfatiza Mesa Junior. No Brasil, há suplementação de iodo no sal de cozinha, geralmente suficiente para a produção dos hormônios tireoidianos. Já para as gestantes, a indicação de suplementação deve ser individualmente avaliada pelo médico endocrinologista, levando em conta diversos fatores, incluindo os hábitos alimentares. Alguns dos suplementos vitamínicos indicados às gestantes contêm pequenas quantidades de iodo, suficientes para grande parte dos casos.
  6. O ultrassom de tireoide é importante para detecção de nódulos. Mito. A prevalência de nódulos de tireoide pode chegar a mais de 40% da população, dependendo do sexo e idade. A imensa maioria desses nódulos é benigna e não representa problema para o paciente. “Por isso, não é indicado fazer ecografia em pacientes que não apresentam sintomas”, justifica o endocrinologista. A ecografia é indicada quando o médico identifica, na palpação, alguma alteração na tireoide. Nestes casos, o exame confirma a existência e características do nódulo e orienta a necessidade de realização de algum procedimento.

A campanha da SBEM-PR acontece por meio de vídeos e postagens nas suas redes sociais e uma ação, no dia 26 de maio, na Boca Maldita, no Centro de Curitiba, onde os médicos conversam diretamente com a população e distribuem materiais informativos.
 
Serviço
Campanha SBEM-PR – Dia Internacional da Tireoide
Orientações sobre a saúde da tireoide com endocrinologistas
Quando: Sábado, 26 de maio, das 8h às 16h
Entrada: gratuita
Local: Boca Maldita – Curitiba – PR
 
Sobre a SBEM-PR
Fundada em setembro de 1957, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – Regional Paraná tem como objetivo promover a expansão da endocrinologia no Estado, valorizar a especialidade médica e esclarecer à população sobre as diversas doenças endócrinas e metabólicas. Com unidades em Curitiba, Cascavel, Maringá e Londrina, a instituição conta hoje com cerca de 200 sócios. Mais informações: www.sbempr.org.br.
 

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