Pesquisa revela crise no transporte público urbano

Levantamento foi realizado com 225 empresas, em 115 municípios

Quase 30% das empresas (29,1%) de ônibus urbano têm dívida superior a 40% do faturamento anual, de acordo com pesquisa divulgada na manhã desta quinta-feira (1), em Brasília, durante o seminário “Transporte público urbano: desafios e oportunidades”. O endividamento médio do setor é de 33% do faturamento anual.
O levantamento foi realizado pelo Instituto FSB Pesquisa com 225 empresas, em 115 municípios, de 23 de março a 12 de maio.
“Nos últimos 20 anos, o setor tem perdido demanda, produtividade e sofre com a ausência de políticas públicas para socorrê-lo”, disse o presidente da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), Otávio Cunha. Segundo a entidade, a queda de demanda de passageiros de 2015 para 2016 se manteve acima de 8%.
O seminário foi promovido pelo jornal Valor Econômico, em parceria com a NTU, para discutir a grave crise financeira das empresas de ônibus urbano no país e, diante disso, como atender às demandas dos passageiros por preço justo e transporte de qualidade.
Para o setor, esses anseios não vão se concretizar enquanto a tarifa continuar sendo a única fonte de financiamento do sistema. A esperança é que o Congresso aprove a Cide Municipal, um tributo sobre a venda a varejo de gasolina, etanol e gás natural veicular.
A cobrança ocorreria diretamente no preço pago pelos consumidores no momento em que abastecem seus carros particulares nos postos. O valor arrecadado iria para um fundo usado exclusivamente para custeio do transporte público.
A ideia, segundo a Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) – autora da proposta -, é criar novas fontes de recursos para o setor e dividir, de forma justa, os custos deste serviço fundamental para a maior parte da população.
A proposta foi aprovada por unanimidade em comissão especial da Câmara e agora depende de votações nesta Casa e no Senado.
Curitiba
Dificuldades financeiras também afetam as empresas de ônibus de Curitiba. Estudo feito pela EY (Ernst & Young), a pedido das operadoras, apontou que, devido ao desequilíbrio econômico-financeiro dos contratos de concessão, o saldo devedor dos investimentos das empresas, que deveria estar em R$ 545 milhões, foi acrescido de R$ 755 milhões, chegando a R$ 1,3 bilhão, no período entre 2010 e janeiro de 2017.
“As dificuldades das empresas no Brasil são relativamente as mesmas que a gente enfrenta em Curitiba. Precisamos, junto com o Poder Público, encontrar soluções”, disse o diretor-executivo das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana, Luiz Alberto Lenz César. “O cenário é desafiador, mas, se não acharmos uma saída, corremos o risco de pôr em xeque a mobilidade nos centros urbanos.”

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