Relatório sobre medidas anticorrupção é apresentado na Câmara dos Deputados

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Avanço na punição dos corruptos depende de mobilização da sociedade, diz Dallagnol

A comissão especial que analisa medidas de combate à corrupção (PL 4850/16) esteve reunida nesta quarta-feira, em Brasília (DF), para apresentação, discussão e votação do relatório do deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS). Enquanto isso, em Curitiba, o procurador federal Deltan Dallagnol, responsável pelo comando das investigações sobre a Lava Jato no âmbito do Ministério Público Federal, falou sobre o projeto para líderes do setor de distribuição de energia.
Segundo Dallagnol, o avanço no combate à corrupção não deve ficar restrito ao trabalho das autoridades envolvidas no esclarecimento e punição dos crimes. “O engajamento de toda a sociedade é que vai ser determinante para que se possa mudar as leis para endurecer a responsabilização dos culpados e garantir o cumprimento de penas rigorosas pelos delitos que praticaram”, afirmou o procurador, durante o XXII SENDI (Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica).
Iniciativas como a Operação Lava Jato, que apura um esquema bilionário de pagamento de propinas a partir da Petrobras e desvios para abastecer campanhas eleitorais, ajudam a reforçar o debate sobre mudanças na vida política e social do país. No entanto, Dallagnol reforça que, “assim como vem fazendo no caso da Lava Jato, a sociedade precisar continuar cobrando essas mudanças para garantir uma reforma política que combata o excesso de partidos de aluguel, compra de apoio parlamentar e os financiamentos privados irregulares de campanha. Se não produzirmos mudanças sistêmicas, vamos voltar ao estado original”, alertou.
Dallagnol afirmou que a coleta de mais de dois milhões de assinaturas em apoio ao projeto “10 Medidas de Combate à Corrupção” já é um exemplo prático de como a sociedade pode participar, pressionando o Congresso Nacional pelas mudanças. “A mudança vai começar quando a sociedade usar seu poder efetivo e deixar o papel de vítima e assumir o papel de comandante da nossa história”, ressaltou.
O procurador reforçou que cada pessoa também deve fazer sua parte fora e dentro das empresas, ao desenvolver a cultura do “não”, quando enfrentar situações de corrupção. “Precisamos incentivar os funcionários a dizer não. Não importa o grau de pressão, o indivíduo sempre tem o poder do não. A mudança não pode vir apenas de cima, ficar repetindo que a culpa é só dos políticos e das autoridades. A mudança precisa começar agora, com cada integrante da sociedade”, declarou o procurador, que apresentou uma informação de que a corrupção no Brasil drena cerca de R$ 200 bilhões por ano e que, até agora, a probabilidade de punição, nesses casos, é de 3%. “São recursos que poderiam estar sendo usados para financiar uma saúde melhor ou uma educação de qualidade para gerar mais oportunidades na vida dos brasileiros”, destaca.
Ainda no mesmo evento, o coordenador do Comitê de Ética da Copel, Antônio Raimundo dos Santos, reforçou que o combate ao ilícito deve começar a partir das pequenas corrupções praticadas no cotidiano de nossas vidas. “A questão ética não é o país ou as empresas, mas nas pessoas que circulam nesses lugares. Que tipo de brasileiros nós queremos ser? Já dizia um político nos anos 1970: um país mal educado não tem ética. Isso me parece uma verdade”, afirmou Santos. De acordo com o representante da Copel, “uma sociedade melhora quando as pessoas têm disposição de cumprir um contrato, ter vontade de seguir uma regra que é comum a todos”. Essa mentalidade só funciona na prática quando a maior parte de uma população assim deseja. “Um grande contingente de cidadãos faz uma sociedade melhorar quando se tem convicção ética e não apenas medo ou respeito de se respeitar regras, leis ou valores”, afirmou Santos.
No debate, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Paraná (OAB-PR), José Augusto Araújo de Noronha, afirmou que a categoria, assim como os demais integrantes de uma sociedade têm a obrigação de cuidar da ética. “Os advogados são verdadeiros defensores da democracia e da ética”, afirmou o líder de classe. Segundo Noronha, a OAB-PR tem o Tribunal de Ética e Disciplina mais rigoroso do país. O grupo que investiga os abusos praticados pelos operadores do Direito já suspendeu 562 advogados e, neste ano, excluiu outros 16. “O que queremos é separar o joio do trigo. Não é possível ser condescendente com aqueles que não atuam com ética”, disse Noronha.
 
Sobre o SENDI
Realizado desde 1962, o SENDI – Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica é considerado o maior evento do setor na América Latina. Ao longo de 22 edições, realizadas em 13 cidades diferentes, já reuniu mais de 25 mil participantes, além de presidentes da República, governadores, ministros de Estado e representantes das maiores distribuidoras públicas e privadas do País. Parâmetro no processo de modernização do setor e na apresentação de inovações da área, o SENDI já teve ao longo de sua história a exposição de mais de 3,5 mil contribuições técnicas e mais de 200 diferentes temas abordados. A última edição do evento aconteceu de 7 a 10 de novembro de 2016, em Curitiba.
 
Sobre a Copel
A Copel é responsável pela distribuição de energia para cerca de 4,5 milhões de clientes de 393 municípios do Paraná – além de Porto União, em Santa Catarina. Eleita a melhor distribuidora de energia do Brasil na Pesquisa Abradee 2015, a Copel administra 190 mil km de redes de distribuição, possui 2,8 milhões de postes e 361 subestações, com potência instalada de 10,5 mil megavolt-ampère (MVA). A empresa conta com postos de atendimento espalhados por todos os municípios da área de concessão. Para a comodidade do cliente, a Copel oferece uma grande variedade de canais de atendimento, como aplicativo para smartphones e tablets, agência virtual, e-mail, chat e call center (0800 51 00 116).
 
Sobre a ABRADEE
A Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (ABRADEE) é uma sociedade civil de direito privado, sem fins lucrativos. A história da Associação teve início com a criação do Comitê de Distribuição (CODI), em agosto de 1975 e, posteriormente em 1995, com a constituição jurídica da instituição. São 40 anos de dedicação ao desenvolvimento do setor de distribuição de energia elétrica brasileiro. A Abradee reúne 51 concessionárias de distribuição de energia elétrica – estatais e privadas – atuantes em todas as regiões do país e que juntas são responsáveis pelo atendimento de 99,6% dos consumidores brasileiros. Sediada em Brasília, presta serviços de apoio às suas associadas nas áreas técnica, comercial, econômico-financeira e institucional.

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