Artigo: A geração PDC vem aí

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Por Mario Almeida, diretor da TOTVS Consulting e de mobilidade e ecofluig da TOTVS

Eu tenho 36 anos e tenho 3 irmãos, todos mais novos. O mais novo deles tem 14 anos e é o meu melhor exemplo de como as gerações mudaram radicalmente nos últimos 20 anos. Esse garoto tem iPhone desde os 10 anos, porém ele nunca o utiliza pra ligar, ele usa pra jogar e pra conversas por WhatsApp, Messenger, etc e claro utiliza pra caçar Pokémons. Em uma dessas conversas outro dia, o chamei pra almoçar e a resposta simples e direta foi em 3 letras, ele mandou um simples “pdc”. Confesso que tive um delay de 10 segundos pra processar o fato de que ele disse “pode ser” e isso era o equivalente a “Que ótima ideia, claro, vamos sim!”.
O “pdc” é somente um exemplo de que essa geração nascida pós bug do milênio vem trazendo consigo um novo código de comportamento e também de linguagem ou comunicação. Em breve teremos uma versão do Aurélio pra tratar dos termos utilizados pelos nativos digitais e isso será o novo normal. A geração “pdc” vem aí, ela traz consigo um core de objetividade que beira a frieza, ela só se interessa e se apega ao que lhe diz respeito imediato, ela questiona tudo e claro ela é digital only. O termo off-line, já em desuso hoje, em breve será encarado como uma anomalia que será tratada com estranheza e até medo, afinal o ethos que essa geração traz é indissociável do conceito de conectado.
Essa geração vai ser seu funcionário, seu fornecedor e seu cliente em poucos anos. O que acha que ela vai achar quando descobrir que na sua empresa existem sistemas que rodam paralelos e legados que não conversam entre si? O que o seu RH vai precisar fazer com uma geração que não irá bater ponto simplesmente porque vai achar isso uma perda de tempo, como acha que o seu departamento financeiro irá pagar eles já que a conta de banco que eles terão será via um app em um banco que não é o seu, como o seu cliente vai encarar um vendedor que não pode dar desconto de 11% porque o sistema só permite 10%? E quando seu fornecedor entender que seu ciclo de produto não tem um mapeamento real time e que por isso sua taxa de quebra de estoque toma 20% de suas vendas no mês? Isso no momento em que ele vai estar implantando um sistema preditivo de entrega por drones e trabalhando com taxas próximas de 0 em perdas ou atrasos.
Estamos em cima de uma ponte cuja a travessia é inexorável, seja o seu negócio uma padaria de bairro seja a sua empresa uma mineradora ou um banco. O sol da digitalização ilumina e queima a todos, sem distinção de tamanho de empresa nem setor. Pense em quantos anos o movimento do 99Taxis e o Uber aniquilou o business de alvarás de taxis em São Paulo e não levou nem 10 nem 5 anos, esse movimento levou 18 meses no máximo. A TI bimodal é o nome dessa ponte e a fórmula da travessia é uma só, mudar – e mudar rápido -, os assets com os quais a sua empresa vai promover essa mudança incluem adoção de metodologias ágeis, implantação de conceitos como Lean Startup, Canvas e Design Thinking pra todo processo interno e/ou criação de produtos e claro a sua empresa precisa suportar tudo isso em uma plataforma.
Não existem receitas mágicas ou bala de prata, o que se propõe aos negócios é que sejam digitais, o que se oferece é um novo modelo mental e de desenvolvimento de soluções de tecnologia. As premissas são bastante conhecidas, porém pouco praticadas – processos inteligentes e integrados com os sensores e máquinas que existem na jornada de relacionamento e entrega dos seus produtos e serviços, design de serviços aplicado as áreas e tudo isso suportado por uma plataforma, a era das API´s e dos softwares como serviço disponíveis em escala global e contratados por uso na modalidade SaaS ou PaaS é o vetor do que chamamos de Digital Transformation.
As vantagens competitivas de 30 anos atrás já não são válidas e se preparar para a geração “pdc” é menos escolha e mais consequência, o risco de não fazer é que alguém o fará por você. Toda vez que tiver dúvidas sobre isso se lembre do ritual de ir a locadora de vídeo domingo à noite e tenha em mente que você e a sua empresa não querem ser netflixados

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