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Por Marco Aurélio Pitta, gerente de contabilidade e tributos do Grupo Positivo, coordenador e professor de programas de MBA da Universidade Positivo nas áreas Tributária, Contabilidade e Controladoria
A carga tributária brasileira é uma das maiores do mundo. Representa cerca de 33% de todo o PIB, que é a geração de riqueza de nosso país. Alguns países da Europa até tem uma tributação maior que o Brasil, mas a aplicação destes impostos nestas situações é bem mais notada por seus habitantes. Por aqui, em busca de uma melhor opção para nossa família, gastamos com plano de saúde e educação para nossos filhos, em busca de qualidade. Nos países desenvolvidos, existem boas escolas e bons hospitais. Ou seja, o retorno do imposto pago pelos cidadãos é percebido de forma notória pelos habitantes de seus países.
Como referência ao ovo de Páscoa, cito alguns produtos com menor carga tributária, como itens de cesta básica por exemplo. O arroz e o feijão têm cerca de 15,34% de tributos. Frutas em média 21,78%. Batata e leite têm, respectivamente, 11,22% e 12,55%, uma das menores cargas tributárias entre os alimentos. Existem também itens com tributação mais elevada, de forma mais justa, como cigarros (80,42%), jogos de videogame (72,18%), casacos de pele (81,86%) e cachaça (81,87%), por serem não essenciais à população.
Mas, voltando a falar sobre a Páscoa, uma alternativa aos ovos seriam os bombons, mas estes também têm uma carga tributária excessiva. Estima-se algo em torno de 37%. O chocolate de forma geral tem carga de impostos de 38,60%. Outro produto que é bem procurado nesta época, principalmente pelos católicos, é o bacalhau. Este peixe, se nacional, tem 34,48% de impostos. Se importado, pode representar quase 45% de impostos em seu preço final.
Em um cenário com queda de arrecadação e déficit orçamentário, dificilmente o Governo irá mudar este ambiente tributário. Muitas reformas estão por vir, além de várias iniciativas buscando diminuir a sonegação. Tudo isso acredito ser favorável para que um dia os tributos em nosso país diminuam. Mas enquanto isso não acontece, não resta alternativa senão pesquisar, pesquisar e pesquisar! Olhe bem as opções de compra, compare preços e marcas, buscando a maior economia possível, pois dos tributos, não temos como nos livrar.