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Por Raphael Cordeiro, coordenador do curso de Finanças Pessoais da Universidade Positivo e sócio da Inva Capital
No dia 31 de agosto, a saída da ex-presidente Dilma Rousseff foi confirmada e, a partir de então, iniciou-se uma nova fase para o ambiente político-econômico do Brasil. Pesquisas de expectativas já indicam que o otimismo voltou. Porém, para as expectativas de melhoras se tornarem um fato, o país precisa implantar uma agenda de reformas que o torne mais eficiente, já que sua infraestrutura encostou no gargalo, em 2013, e os gastos públicos estão em níveis muito acima do que poderia ser considerado sustentável. Em ordem de prioridade, as reformas que devem entrar na agenda são:
- Reforma Fiscal – a implantação do teto dos gastos públicos é essencial. A redução de burocracia tributária, com menor número de tributos também ajudaria muito. É ilusão pensar em redução da carga tributária.
- Reforma Previdenciária – não dá para a idade média de aposentaria continuar em 54 anos, pois a expectativa de vida do brasileiro tem subido muito e alcançou os 75 anos. Além disso, a taxa de fecundidade da mulher recuou de forma considerável nas últimas décadas, reduzindo de 6 para 1,7 da década de 1960 ao ano de 2015.
- Reforma Trabalhista – ter funcionários precisa deixar de ser infernal para os empresários brasileiros e, com isso, quem mais ganhará será o trabalhador.
- Reforma Política – menor número de legisladores, com menor custo e melhores eleitos.
Basta o presidente ter coragem, agir politicamente e o povo apoiar. Mas vamos cair na real: o presidente terá coragem, até porque não há outra saída. Ele também parece que possui ampla habilidade política, porém isso custará um preço. Entretanto, imaginar que o povo vai apoiar… essa será a parte mais difícil. Será que o brasileiro tem capacidade intelectual e altruísmo suficiente para apoiar medidas como as apresentadas acima?
Temos que aceitar que será impossível aprovar todas as reformas da forma que o país precisa para se desenvolver. Entretanto, se o atual governo conseguir implantar o teto dos gastos públicos, a idade mínima de aposentadoria e alguma coisa na área trabalhista e política, já será um bom impulso para que a economia volte a crescer de forma pujante. Nada ser feito não é uma opção válida, logo, o mercado financeiro estará de olho nesse processo para que os ativos continuem ou não se apreciando.
O trabalho deste governo já começou e, no último dia 13 de setembro, anunciou um plano de venda ou concessão de 34 projetos de infraestrutura. Além deles ajudarem o Brasil a se preparar para não encostar no gargalo em sua próxima fase de crescimento, auxiliarão a melhorar as contas fiscais. Estima-se uma captação de R$ 24 bilhões apenas em 2017. Tudo indica que haverá uma vida muito melhor após o impeachment.