[flgallery id=901 /]
Por Jacir J. Venturi, pai de três filhos, coordenador da Universidade Positivo, foi professor da UFPR e diretor de escolas
Todo dia o mesmo ritual: o pai extenuado chega à noite em casa após mais um duro dia de trabalho. Seu filho, com os olhos cheios de admiração, abraça-o. Eles trocam algumas palavras sobre a escola e se despedem com beijos na face, o boa-noite e o “durma com os anjos”. Certo dia, com a voz tímida, o garoto pergunta ao pai, que acaba de chegar: “Papai, quanto você ganha por hora?” O pai surpreso, desconversa. O filho insiste: “Papai, quanto você ganha por hora?”
O sempre ocupado pai promete uma resposta para o dia seguinte, mas se aflige com a pergunta. Passado algum tempo, dirige-se ao quarto do filho e o encontra deitado. “Filho, você está dormindo?”, pergunta. “Não, papai!”, responde o garoto. “Querido, eu ganho 28 reais por hora.” O filho levanta-se da cama, abre a gaveta e, entre notas e moedas, conta 28 reais. Abraça o pai com ternura e, com os olhos cheio de lágrimas, pergunta: “Você pode me vender uma hora do seu tempo?”
Esta singela história é conhecida; o leitor certamente já a recebeu por e-mail ou a leu nas mídias sociais. Ela enseja a meditação sobre a disponibilidade de tempo para os filhos, os quais, mais cedo do que se pensa, compreenderão a árdua luta dos pais pela sua sobrevivência profissional, o necessário cumprimento dos deveres no importante papel de provedores e que a dedicação ao trabalho é fator de realização pessoal e é modelo de responsabilidade.
Busca-se, evidentemente, a prevalência do bom senso, da medida, do equilíbrio entre a vida profissional e a vida familiar. Nesse contexto, importa mais a qualidade do afeto que a quantidade de tempo disponível aos filhos. O abraço afetuoso, o beijo estalado, a imposição de limites, o diálogo objetivo e adequado à idade, o acompanhamento do rendimento escolar, a presença nos momentos de lazer ou doença e a transmissão (pela palavra e pelo exemplo) de valores éticos e de cidadania podem ser praticados diariamente – com ênfase nos finais de semana – por pais que trabalham cerca de oito, nove ou dez horas por dia.
O consultor Gutemberg de Macedo dá seu depoimento em um de seus livros: “Conheço executivos bem-sucedidos que mantêm uma vida balanceada. São bons profissionalmente e, até prova em contrário, bons maridos, bons pais, bons líderes e bons cidadãos. O segredo? Saber dividir, compartimentar esses diferentes papéis. É preciso parar para refletir com profundidade. A vida é uma bênção de Deus. Desequilibrá-la é destruí-la. E destruí-la é uma espécie de estupro da própria divindade. Se Ele descansou, quem afinal você pensa que é para querer ir além?”
“Devo dar segurança do meu amor” deve ser um mantra diário de todo pai. Significa, sim, menos lazer, menos convivência com os amigos, menos academia. Mesmo cansados, podemos ir além para cumprir o papel de pai (ou mãe). A paternidade responsável é uma missão e um dever a que não se pode furtar. No entanto, veem-se nas escolas filhos órfãos de pais vivos. E, na maioria das vezes, falta de tempo é apenas uma desculpa para a sua omissão. A vida profissional, apesar de suas elevadas exigências, pode muito bem ser ajustada a uma vida particular equilibrada. É uma questão de ênfase e dosagem de tempo.
Esta singela história é conhecida; o leitor certamente já a recebeu por e-mail ou a leu nas mídias sociais. Ela enseja a meditação sobre a disponibilidade de tempo para os filhos, os quais, mais cedo do que se pensa, compreenderão a árdua luta dos pais pela sua sobrevivência profissional, o necessário cumprimento dos deveres no importante papel de provedores e que a dedicação ao trabalho é fator de realização pessoal e é modelo de responsabilidade.
Busca-se, evidentemente, a prevalência do bom senso, da medida, do equilíbrio entre a vida profissional e a vida familiar. Nesse contexto, importa mais a qualidade do afeto que a quantidade de tempo disponível aos filhos. O abraço afetuoso, o beijo estalado, a imposição de limites, o diálogo objetivo e adequado à idade, o acompanhamento do rendimento escolar, a presença nos momentos de lazer ou doença e a transmissão (pela palavra e pelo exemplo) de valores éticos e de cidadania podem ser praticados diariamente – com ênfase nos finais de semana – por pais que trabalham cerca de oito, nove ou dez horas por dia.
O consultor Gutemberg de Macedo dá seu depoimento em um de seus livros: “Conheço executivos bem-sucedidos que mantêm uma vida balanceada. São bons profissionalmente e, até prova em contrário, bons maridos, bons pais, bons líderes e bons cidadãos. O segredo? Saber dividir, compartimentar esses diferentes papéis. É preciso parar para refletir com profundidade. A vida é uma bênção de Deus. Desequilibrá-la é destruí-la. E destruí-la é uma espécie de estupro da própria divindade. Se Ele descansou, quem afinal você pensa que é para querer ir além?”
“Devo dar segurança do meu amor” deve ser um mantra diário de todo pai. Significa, sim, menos lazer, menos convivência com os amigos, menos academia. Mesmo cansados, podemos ir além para cumprir o papel de pai (ou mãe). A paternidade responsável é uma missão e um dever a que não se pode furtar. No entanto, veem-se nas escolas filhos órfãos de pais vivos. E, na maioria das vezes, falta de tempo é apenas uma desculpa para a sua omissão. A vida profissional, apesar de suas elevadas exigências, pode muito bem ser ajustada a uma vida particular equilibrada. É uma questão de ênfase e dosagem de tempo.