Mercosuper aponta tendências econômicas para o setor

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Palestra de Carlos Kawal e José Pio Martins mostra que há oportunidades em meio à crise

Em meio à turbulência política e econômica brasileira, os economistas Carlos Kawal e José Pio Martins levaram a um auditório lotado seus pontos de vista sobre as perspectivas econômicas para o varejo brasileiro. A palestra, na última quarta-feira (13), marcou o segundo dia da Mercosuper 2016 – um dos mais importantes eventos do setor supermercadista brasileiro.
Exibindo os dados atuais da situação brasileira, o economista chefe do Banco Safra, Carlos Kawal, mostrou que a desaceleração da economia brasileira é a mais profunda desde 1901. “Estamos perante a chance de regredir de 15 a 16 anos na produção industrial”, revelou. Ainda assim, mesmo diante de uma queda de 3% nas vendas nos últimos 12 meses, segundo o IBGE, Kawal lembrou que o setor supermercadista é um dos menos afetados do varejo brasileiro.
Ele explicou que a queda na economia como um todo está arrastando o mercado de trabalho para uma taxa de desemprego que já beira os 8% e caminha para dois dígitos ainda em 2016, podendo chegar a 14% no próximo ano, mesmo que a economia se estabilize. Os dados mais alarmantes, segundo Kawal, vêm dos bolsos dos consumidores: 60% das famílias brasileiras já estão endividadas e ¼ da população tem mais de 50% da renda comprometida com dívidas. “Os consumidores estão despolpando e se endividando  em função da queda de renda e desemprego”.
Kawal apresentou dois cenários para a economia brasileira: com ou sem impeachment. “Os cenários deverão ser mais claros a partir deste domingo”, afirmou. Segundo ele, com um ajuste fiscal, a taxa de juros poderia cair fortemente e se traduzir em melhora da confiança, acelerando a recuperação. “De qualquer forma, a recuperação não será rápida”, lamentou. “As empresas estão muito endividadas e sem condições de investir – o que retarda ainda mais a recuperação do país”, justificou. Para o economista chefe do Banco Safra, não basta trocar o presidente – “é preciso colocar alguém com coragem para implantar medidas que exigem ajustes dolorosos e difíceis, que o Brasil precisa neste momento”, concluiu.
Já o professor José Pio Martins, economista e reitor da Universidade Positivo (UP), baseou sua fala em cinco grandes problemas do Brasil: a falta de produtividade do trabalhador; o crescimento e envelhecimento da população; o índice de pobreza; a retração da economia e a dificuldade de sobrevivência das empresas. Para o reitor, “não adianta a empresa olhar para dentro da porteira se está instalada num país que não é competitivo”. Ele citou ainda os fatores que investidores estrangeiros consideram para um ambiente adequado de investimento – muitos dos quais o Brasil ainda precisa evoluir bastante: estabilidade política; liberdade econômica; regras claras e estáveis; legislações trabalhistas modernas e de acordo com a realidade do mercado; estabilidade da moeda; boa gestão de contas públicas, carga tributária simples e moderada e justiça social.
Quando questionado se investiria num negócio, atualmente, Pio Martins afirmou que o verdadeiro empreendedor enxerga oportunidades onde ninguém vê – e que a crise é um momento de buscar oportunidades. Segundo o professor, alguns públicos se destacam por apresentarem crescimento não só no Brasil, mas no mundo todo. São eles: idosos, obesos, solitários, depressivos e dependentes de drogas lícitas e ilícitas. “O mercado que se atentar para esse público terá grande chances de sucesso”, ressaltou.
Promovida pela Associação Paranaense de Supermercados (Apras), a Mercosuper 2016 acontece de 12 a 14 de abril e conta com cerca de 150 expositores. O Laboratório da UP marca presença no espaço chamado “Hub do Varejo”, que faz a demonstração de 12 soluções startups aplicadas aos supermercados. Além disso, a UP leva à Mercosuper mais de 30 palestras gratuitas com especialistas de renome da política, economia e administração, em temas que vão do endobranding ao visual merchandising. Os participantes também podem participar de cursos de extensão gratuitos, certificados pela Universidade Positivo.
Sobre a Universidade Positivo
A Universidade Positivo (UP) concentra, na Educação Superior, a experiência educacional de mais de quatro décadas do Grupo Positivo. A instituição teve origem em 1988 com as Faculdades Positivo, que, dez anos depois, foram transformadas no Centro Universitário Positivo (UnicenP). Em 2008, foi autorizada pelo Ministério da Educação a ser transformada em Universidade. Atualmente, oferece 54 cursos de Graduação (30 cursos de Bacharelado e Licenciatura e 24 Cursos Superiores de Tecnologia), três programas de Doutorado, quatro programas de Mestrado, centenas de programas de Especialização e MBA e dezenas de programas de Extensão. Em Curitiba, a UP conta com três campus: Ecoville, que ocupa uma área de 424,8 mil metros quadrados, Praça Osório, no centro da cidade, e Mercês – Catarina Labouré, este último dedicado ao curso de Enfermagem. Lançou, em 2013, seu programa de Educação à Distância, com dezenas de polos em todo o país. Segundo as avaliações do Ministério da Educação, é considerada uma das melhores universidades privadas do Brasil.

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