Orientar experiências de aprendizagem é necessário desde os primeiros contatos da criança com a escola
Assim que a criança entra na escola – não importa se isso acontece aos quatro anos, como exige a lei brasileira, ou aos seis meses de idade, quando se encerra a licença maternidade da maior parte das mães, que precisam voltar ao trabalho – é importante proporcionar a ela vivências que contribuam para o seu desenvolvimento cognitivo e emocional. Considerando-se as diferentes faixas etárias, a Educação Infantil deve ser organizada com base em um currículo que oriente o trabalho pedagógico, respeitando-se os ritmos, os interesses e as necessidades de cada criança.
De acordo com a gerente editorial do Sistema de Ensino Name, Cristina Kerscher, é justamente na Educação Infantil que os pequenos têm a oportunidade de se apaixonar pela escola. “Precisamos sempre nos lembrar da importância da brincadeira para o desenvolvimento infantil e de que, em casa, isso acontece de modo livre e espontâneo. Já no ambiente escolar, os pequenos têm a oportunidade de vivenciar brincadeiras com intencionalidade pedagógica em um espaço educativo estruturado, que proporciona uma diversidade de interações e promove o desenvolvimento e a aprendizagem. É nesse contexto que a criança aprende brincando”, explica. Nos primeiros anos de vida, é importante que as propostas pedagógicas sejam essencialmente lúdicas e significativas, envolvendo jogos simbólicos e de faz de conta, o que instiga a imaginação e favorece o desenvolvimento da criatividade.
A oferta de uma Educação Infantil de qualidade é um dos pilares para garantir o sucesso escolar do estudante ao longo de toda a escolaridade, pois nessa etapa procura-se assegurar condições para o desenvolvimento integral das crianças em seus aspectos físicos, emocionais, sociais, cognitivos e linguísticos. “Considerando-se que a maior parte dos estudantes brasileiros está na escola pública, é fundamental que tenham a oportunidade de frequentar instituições de Educação Infantil que atuem como instrumentos de equidade social e que construam uma base sólida para o desenvolvimento deles no Ensino Fundamental, no Ensino Médio ou até mesmo na universidade”, pontua.
Um bom currículo direciona o desenvolvimento integral do estudante, mesmo nos primeiros anos de vida escolar. “É o currículo que garante que as atividades contemplem não só o aspecto cognitivo, mas também o emocional, motor, social e linguístico, respeitando todas as fases do desenvolvimento infantil”, detalha a especialista. Também é por meio dele que os educadores podem planejar ações com intencionalidade pedagógica. Isso significa que um currículo bem estruturado favorece a implementação de vivências e atividades com objetivos claros.
Oportunidades iguais de aprendizagem
Definir as bases do trabalho pedagógico ajuda a tornar o processo de ensino e aprendizagem mais equitativo. “Quando se tem propósitos bem delimitados para os projetos desenvolvidos com as crianças, fica mais fácil fazer as adaptações necessárias para que todas elas tenham acesso às mesmas oportunidades de aprender. É o currículo que vai determinar, por exemplo, o ritmo dos trabalhos em sala de aula, para que cada estudante tenha seu tempo devidamente respeitado”, lembra.