Com 332,2 milhões de inscrições e R$ 21,9 bilhões em faturamento, setor reforça retenção e personalização como pilares de crescimento
O mercado de fidelidade alcançou em 2024 um marco inédito no Brasil: R$ 21,9 bilhões em receita, segundo a Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Fidelização (Abemf). O setor registrou 920,6 bilhões de pontos e milhas emitidos, alta de 16,5% sobre 2023, e um avanço de 6,3% no número de inscrições, que chegaram a 332,2 milhões de cadastros ativos.
A utilização também acompanhou a tendência: 76,5% dos pontos foram convertidos em passagens aéreas, enquanto o restante foi direcionado para produtos e serviços de varejo, em categorias que vão de eletrodomésticos a papelaria.
Pressão inflacionária impulsiona adesão
Para o economista José Pio Martins, o cenário macroeconômico ajuda a explicar o movimento. “Com a inflação comprimindo a renda, os programas de fidelidade ampliam o poder de compra. O consumidor recorre a pontos e milhas para acessar bens e serviços que, em dinheiro, seriam menos acessíveis”, analisa.
A percepção de valor imediato também sustenta a adesão. Segundo o professor de pós-graduação Sergio Czajkowski Jr., três fatores explicam a expansão: benefícios tangíveis, simplificação digital e pressão inflacionária. “QR codes, carteiras digitais e integração com e-commerces eliminaram a burocracia. Hoje, a experiência é quase automática”, aponta.
No Brasil, há especificidades: “O cliente nacional rejeita regras opacas e valoriza clareza, recompensas rápidas e experiências exclusivas”, complementa Czajkowski.
Fidelidade como estratégia B2B
O modelo já extrapola companhias aéreas e bancos. No Clube BRW, da BRW Suprimentos, varejistas acumulam pontos ao manter pagamentos em dia, convertendo-os em descontos futuros.
Para o fundador e CEO Bruno Borgonovo, a lógica vai além da premiação. “É uma via de mão dupla: clientes organizados financeiramente ampliam seu poder de compra, reduzem risco de inadimplência e fortalecem toda a cadeia produtiva”, afirma.
Estudos da Bain & Company reforçam a relevância estratégica: um aumento de 5% na retenção pode elevar os lucros em até 25%. Borgonovo destaca ainda que reter é de cinco a sete vezes mais barato do que conquistar novos clientes.
O futuro da fidelização
Projeções do IPC Maps indicam que o varejo brasileiro deve movimentar R$ 532,1 bilhões em 2025. Nesse ambiente, tiers progressivos, personalização baseada em dados e cashback simplificado tendem a ganhar força como diferenciais competitivos.
“Consumidores não querem ser tratados como números. A fidelidade verdadeira nasce da confiança e do reconhecimento, não do aprisionamento em regras complexas”, conclui Czajkowski.
Sobre a BRW Suprimentos
Há 16 anos, a BRW Suprimentos tem se destacado ao oferecer soluções inovadoras e criativas para os segmentos educacional, corporativo e artístico, inspirando e despertando a criatividade nas pessoas. Com atuação no Brasil, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai, a marca paranaense é referência no mercado, oferecendo produtos que antecipam as tendências. O portfólio atual tem mais de 2 mil itens, divididos em 35 categorias, disponíveis em mais de 20 mil pontos de venda.