*Salomão Pamplona
Atuo no campo da informática desde a década de 1970 e acompanho o sacrifício da evolução tecnológica no Brasil. Sou do tempo dos mainframes, cuja entrada de dados era feita com cartões perfurados. Mesmo assim, nosso birô era o segundo, quem processava os serviços para bancos era a multinacional IBM. Prestávamos serviços nas áreas de contabilidade, folha de pagamento, controle de estoque e outros às empresas da região de Curitiba.
Com o avanço da tecnologia e o advento dos minicomputadores, microcomputadores e computadores de mesa com multiprocessamento, precisamos nos adequar e, de forma contínua, aperfeiçoar nossas rotinas a fim de desenvolver programações em novas linguagens, com processamentos cada vez mais descentralizados. Necessidades que acabaram por se estender à área da gestão pública, até então desprovida de processos que conversassem entre si e trouxessem um mapa real das administrações.
Foi neste universo que, no final dos anos 1990, surgiu o antigo Instituto Curitiba de Informática (ICI), hoje conhecido como Instituto das Cidades Inteligentes, tendo como missão se responsabilizar pelos serviços já existentes na Prefeitura de Curitiba e dotar esse órgão público de trabalhos informatizados, objetivando a integração e a melhoria de sistemas.
Implantado em formato de Organização Social (OS), o ICI nasceu como uma entidade especializada em serviços públicos, trabalhando sob o respaldo da legislação e dinamizando os processos administrativos. Trouxe avanços e agilidade no formato de contratação, diminuindo a morosa carga burocrática que rege o setor.
O interessante dessa iniciativa é que o ICI é uma entidade particular, sem fins lucrativos, com independência de gestão, porém, subordinada a um Conselho Coletivo formado por dez membros. A representatividade engloba várias esferas sociais e contempla, inclusive, quatro membros do poder municipal. Tal estrutura administrativa resguarda o Instituto da interferência política e lhe dá total isenção para poder prestar seus serviços com autonomia e inovação tecnológica constante, independente do partido ou coligação responsável pela gestão municipal.
Essa autonomia já trouxe a Curitiba vários prêmios nacionais e internacionais uma vez que a leveza e assertividade das decisões propiciam tomadas de decisão ágeis, sempre com vistas ao futuro.
Os avanços do ICI e sua importância dentro das esferas administrativas merecem respeito e admiração. Seu corpo técnico funcional e administrativo – altamente capacitado – merece todo o apoio da comunidade. O Instituto é uma OS digna de orgulho, que desenvolve seus serviços de modo incansável, correto e inovador. Espera-se, pois, que sua existência receba o devido valor e que possa continuar sua trajetória prestando excelentes serviços a diversos órgãos públicos do País.
*Salomão Pamplona, 83 anos, é formado em Direito pela UFPR e em Ciências Contáveis pela ex-Faculdade De Plácido e Silva, de Curitiba. Com uma trajetória profissional de 70 anos, atuou como auditor, consultor de empresas e especializou-se em direito tributário (imposto de renda). É fundador do birô Megaton-Empresa de Assessoria e Computação S.A., prestando serviços de processamento de dados e assessoria às empresas de Curitiba, onde especializou-se na área de informática e em serviços voltados à gestão administrativa. Atualmente dedica-se à difusão do Curso de Desenvolvimento Pessoal Universidade da Vida por meio da sua empresa Ynovare – Consultoria, Informática e Treinamento Empresarial e Profissional Ltda.