Cinco brincadeiras que ajudam crianças a entender organização e planejamento financeiro

Boletos, investimentos, parcelas, poupança. Palavras do universo do dinheiro não costumam fazer parte do cotidiano das crianças – e nem precisam. No entanto, especialistas apontam que é importante que elas tenham algumas noções de educação financeira desde cedo.

Essa é uma tarefa que pode parecer complexa, mas não precisa ser. De acordo com a editora da Aprende Brasil Educação, Janile Oliveira, “falar de dinheiro não precisa ser um problema, mas é preciso adaptar a abordagem utilizada para que as crianças comecem a ter as primeiras noções de educação financeira de forma natural. Afinal, elas são capazes de entender como o dinheiro funciona”. E isso vai além de falar sobre dinheiro, envolve habilidades como organização, planejamento, método, tomada de decisão, consumo consciente e até mesmo cooperação e empatia.

Jogos e brincadeiras contribuem para o desenvolvimento de todos esses aspectos e ainda promovem competências socioemocionais, também necessárias para um bom desenvolvimento em educação financeira. “Quando a criança aprende brincando, ela internaliza conceitos de forma natural. O jogo cria um ambiente de experimentação e descoberta, em que errar faz parte do processo de aprendizado”, explica. As brincadeiras são o passo inicial para entrar no contexto da educação financeira. 

Nas atividades lúdicas, é importante que haja propósito. Por isso, reserve sempre um momento para organizar, planejar, discutir os resultados e conversar sobre os sentimentos que surgiram durante o processo.

  1. Loja de brinquedos

Você vai precisar de alguns brinquedos e dinheiro fictício, que pode ser feito com papel. Os responsáveis e a(s) criança(s) devem se revezar nos papéis de vendedor e comprador, de forma a gerar uma dinâmica que simule a da vida real. “Essa atividade ensina noções de troca, preço e valor, além de estimular o raciocínio lógico. Também é uma boa forma de aproveitar a oportunidade para debater questões como planejamento do que comprar”, comenta a especialista.

  1. Cofrinho dos sonhos

Você vai precisar de um cofrinho, que pode ser comprado ou feito com materiais reutilizados, como garrafas, latas ou caixas. Depois, sugira que a criança monte um quadro dos sonhos em uma cartolina, usando desenhos e colagens. Nele, as crianças devem definir objetivos (materiais e/ou culturais) a serem alcançados, estabelecer uma meta e pensar em formas de atingi-la. O cofrinho será o lugar onde os recursos serão guardados para alcançar o objetivo representado no quadro dos sonhos.

  1. Supermercado

Você vai precisar de itens de alimentação, higiene e outros que são encontrados no supermercado, além de dinheiro fictício. Monte um mercadinho com esses itens e, na hora de brincar, distribua um valor fixo para cada criança, aproveitando para falar sobre escolhas, lista de compras e hábitos que evitam o gasto desnecessário (como não ir ao supermercado com fome, por exemplo). “Devagar, eles percebem que não dá para comprar tudo, então precisam priorizar o que é mais importante. Isso pode parecer inocente, mas é parte do planejamento financeiro mais complexo que precisamos fazer na vida adulta”, pontua Janile.

  1. Banco da família

Você vai precisar de dinheiro fictício, além de um caderno e caneta para fazer anotações. Nessa brincadeira, os adultos assumem o papel de responsáveis pelo “banco da família” e as crianças são os correntistas. Em conjunto, definam tarefas simples e adequadas à idade, como guardar os brinquedos, ajudar a arrumar a mesa ou alimentar um animal doméstico. Cada tarefa realizada pode gerar um valor simbólico em dinheiro fictício, que será registrado no “extrato” no caderno. O objetivo não é “pagar” pelas tarefas, mas mostrar que esforço, organização e colaboração têm resultados. Com o saldo acumulado, a criança pode “trocar” o valor por pequenas experiências combinadas em família, como escolher o filme da noite, definir o lanche de sábado ou escolher um jogo em grupo. Assim, a atividade ajuda a desenvolver noções de planejamento, registro e controle, sem associar o afeto ou o valor da criança ao dinheiro.

  1. Noite de cinema

Para essa atividade será necessário dinheiro fictício, ingressos feitos em papel, uma tabela de preços (para ingressos, pipoca e bebidas), além de pipoca, algum lanche simples, copos, almofadas e um aparelho para exibir o filme (televisão, computador ou projetor). Antes da sessão, os responsáveis ajudam as crianças a montar o “guichê de bilheteria” e a “lanchonete”, definindo os valores e organizando tudo em uma lista ou cartaz. Em seguida, cada criança recebe uma quantia de dinheiro fictício e precisa decidir como usar: comprar ingresso, escolher o tipo de pipoca, talvez uma bebida, sempre respeitando o valor disponível. Os responsáveis podem registrar em um caderno o que foi gasto e o que sobrou, conversando com as crianças sobre escolhas, prioridades e planejamento. Ao final, todos assistem ao filme escolhido em conjunto. “Essa é uma forma de reforçar a ideia de que o dinheiro é uma ferramenta para organizar decisões e viver bons momentos na vida”, completa a especialista.

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