Editora Positivo lança “Nas mãos de Benedita”, de Carlos Dala Stella

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Neste sábado, dia 7 de dezembro, a Editora Positivo lançou o livro “Nas mãos de Benedita”, de Carlos Dala Stella, na livraria Arte e Letra, em Curitiba. A obra é uma coletânea inédita de 22 contos e 24 desenhos, que retrata, em 160 páginas, o processo criativo do autor.

Ao contrário da maior parte dos livros produzidos até hoje, Dala Stella criou primeiro as imagens – e depois os contos. O artista, que escreve e desenha cotidianamente em seus cadernos ilustrados há mais de 40 anos, retirou boa parte da inspiração de seus diários. “Consultando meus diários de ateliê, selecionei excertos de sonhos, reflexões sobre literatura, música, o tempo. E fui criando entrechos narrativos, cujos personagens estavam sempre a pensar pedaços de pensamentos, como fazemos tão frequentemente”, conta.

A narrativa visual corre paralela à narrativa ficcional, mas de forma relativamente autônoma. “Em todos os contos, a referência à imagem é sempre periférica, o núcleo correndo alheio a ela”, explica o autor. “Ainda que as imagens possam ser admiradas autonomamente em relação aos textos, é delicioso encontrar aqui e ali o alento comum do inventor que lhes deu forma e figura”, descreve a poeta, ensaísta, cronista e crítica literária, Mariana Ianelli, na abertura da obra.

Segundo ela, na obra, os leitores vão encontrar armadilhas de espanto, ternuras acutilantes, finas membranas de mistérios, visões que brotam de demoras contemplativas, entre pressentimento e revelação, pesadelo e maravilha. “Cada imagem, cada conto, um corpo-cosmo, uma miragem palpável do pensamento, uma invenção mágica, que eu espero chegue a muitas mãos e muitos olhos”, diz Mariana Ianelli.

As mãos aparecem em quase todas as imagens do livro: mãos que acarinham, revelam, advertem, plantam, afagam, debulham, fazem música, leem, esculpem, jogam, rezam, produzem ou, ainda, que contêm, nelas mesmas, outros signos, grafismos e gestos. O conto que dá nome ao livro começa pelo fim e traz um romance trágico que gira em torno de um mistério anotado no caderninho de uma quiróloga chamada Benedita.

Benedita é uma polaca ossuda, quiróloga que atende no bairro das Mercês, nos fundos da igreja dos Capuchinhos. É a ela que o personagem do conto recorre quando vê a dúvida recair sobre suas certezas matemáticas. Logo ele, tão fascinado pela exatidão matemática que chegara a crer na “possibilidade de ver o cerne em tudo, de pressenti-lo em cada rosto”. O conto transcorre no vértice desse paradoxo, quando a certeza é atingida pelas transparências do contraditório.



Sobre Carlos Dala Stella
Carlos Dala Stella nasceu em 1961, no bairro de Santa Felicidade, em Curitiba. É poeta, artista plástico e também contista. Formado em Letras pela Universidade Federal do Paraná, dedica-se ao desenho desde a década de 80, quando expôs na Itália. Publicou os livros “O caçador de vaga-lumes” (poemas, 1998), “Riachuelo, 266” (contos e crônicas, 2000), “Bicicletas de Montreal” (fotografia e outras artesvisuais,2002) e “Ogatosemnome” (poemas, 2007). Foi finalista do Prêmio Jabuti em 2012 na categoria Ilustração com o livro “Quer Jogar?” (livro ilustrado, 2011). Nas artes, o autor transita por murais de cimento e vidro, telas, retratos a lápis, nanquim e esculturas em papel, mas é nos cadernos de ateliê que cotidianamente escreve e desenha. Em 2018, estreou na poesia com a obra A arte muda da fuga, da Editora Positivo.

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