O turismo tem como características gerar divisas no desenvolvimento econômico e criar empregos em quantidades elevadas, além de proporcionar visibilidade, melhorar a imagem dos destinos turísticos, distribuir renda e democratizar o lazer. Por isso, a iniciativa privada (trade), os governos – tanto local, quanto estadual e federal -, as ONGs e as instituições de ensino acreditam que esse fenômeno sociocultural (que é também uma atividade econômica) é estratégico para o desenvolvimento de cidades, estados e nações.
É neste contexto que entidades conhecidas como DMOs (Destination Marketing Organizations ou Organizações do Marketing de Destino) se proliferaram pelo mundo. São organizações que têm como missão a gestão dos destinos turísticos, assim como a organização do marketing.
Inclusive, essa é a função mais citada dos DMOs entre os especialistas da área, seguida pela construção de relacionamento e a coordenação dos stakeholders. Essas entidades são vistas como organizações-chave para o desenvolvimento do produto, buscando, então, atrair um maior número de visitantes, eventos e investimentos para a região onde se localizam, melhorando a imagem e o posicionamento do destino frente a seus concorrentes.
O sucesso desse processo se dá a partir da construção de relações de colaboração que requerem compreensão dos envolvidos, para que esses relacionamentos possam ser alimentados e geridos. Os acordos colaborativos na atividade turística envolvem partes interessadas que trabalham de forma interativa em um problema comum ou no domínio de um problema por meio de diálogo aberto, com troca de ideias e conhecimentos, assim como a partilha de recursos humanos e financeiros.
No caso específico do turismo brasileiro, concordamos com o professor Mario Beni, da Universidade de São Paulo (USP), que as organizações turísticas públicas e privadas almejam alcançar patamares de elevada qualidade estratégica e operacional. Isso se dá por meio de parcerias e articulações constantes e permanentes com o objetivo de maximizar os impactos positivos da atividade turística e minimizar seus efeitos negativos, como muitos destinos internacionais já alcançaram com relativo êxito.
Curitiba reconhece a importância do marketing aplicado às cidades turísticas e vem atuando de forma estratégica junto aos players do setor na busca por evidenciar a capacidade turística da capital paranaense durante as datas mais importantes do nosso calendário. Um exemplo disso são as festas natalinas, consideradas o “Maior Natal Gratuito do Brasil”, realizado em 2021, que contemplou a ativação de grandes marcas como Boticário, Copel Telecom, Electrolux, Ademicon, entre outras.
Em suma, a decisão de um promotor de eventos ou de um turista ao escolher um determinado destino turístico é, em grande parte, resultado das estratégias de marketing colaborativo adotadas pelos vários atores, por meio das quais comercializarão produtos, serviços e atividades, de forma individual ou em conjunto.
Foi pensando nisso que, em abril de 2022, surgiu o Projeto MICE (Meetings, Incentives, Conferences and Events) Curitiba, objetivando evidenciar a capacidade de Curitiba em receber e produzir eventos do segmento corporativo, que geram negócios e trazem vitalidade para as cidades. Além disso, busca aproveitar eventos socioculturais para obter melhores resultados para o destino e suas organizações.
Em 2023 foi lançada uma nova edição da revista com o objetivo de aumentar a visibilidade e credibilidade para o setor, especialmente entre o público, cada vez mais exigente, e os profissionais do mercado MICE. Dessa forma, fortalece ainda mais a imagem e reputação da capital paranaense, posicionando-a como uma das líderes no mercado nacional de eventos e trazendo benefícios internacionais para a região.
Competitividade, imagem, posicionamento e reputação são fatores cruciais no marketing colaborativo, pois a cooperação dos stakeholders aponta em que nível o destino irá competir com outros lugares turísticos, seja em âmbito regional, nacional ou internacional.