Luís Mário Luchetta*
Os grandes centros urbanos não param de crescer e em 2020 teremos mais de 50 bilhões de dispositivos conectados e mais de 5 bilhões de pessoas online. Além da inteligência artificial, robótica e drones, que também são realidade, cada vez mais a população mundial estará conectada. Só no Brasil já temos mais 110 milhões de brasileiros com acesso à Internet.
A cultura da inovação está viabilizando um ambiente colaborativo, de aprendizado contínuo e disponibilização de novos serviços. Um novo ecossistema é formado nas cidades, em suas economias, serviços e na vida das pessoas.
A mudança nunca aconteceu com tanta velocidade. Algumas tecnologias utilizadas hoje terão desaparecido daqui a 5 anos. Projetos de geração de energia solar, por exemplo, eram economicamente inviáveis há alguns anos, mas hoje estão implantados em muitas residências.
As cidades crescem e necessitam de novas soluções e tecnologias, que gerem inovação e tragam novas oportunidades para seus habitantes. Com essa realidade estabelecida, surge a geração de trabalhadores e consumidores conectados, em busca de serviços de qualidade com o menor custo e maior disponibilidade.
Como exemplo, podemos citar a batalha com os serviços de transporte no mundo. Em pouco tempo, uma nova empresa se tornou a maior operadora global de mobilidade urbana sem ter um carro em sua frota. Velhos modelos estão tendo que se adaptar, se reinventar a este novo mundo. As mudanças não param por aí e em breve estaremos com nossas ruas cheias de veículos elétricos e autônomos.
Talvez as grandes perguntas sejam “o que a gente faz que a máquina não pode fazer?” e “como podemos gerar um ambiente de inovação e extrair o máximo das tecnologias?”. Com a internet das coisas, Big Data, mobilidade e redes sociais, pode-se transformar os modelos de negócios e as experiências dos usuários. Soluções para educação, saúde, transporte e manutenção urbana são alguns exemplos de transformação das cidades que com uso da tecnologia possibilitam a redução de tempo, aumento de segurança e da qualidade dos serviços para as pessoas.
Estamos à frente de um grande desafio e oportunidades para cidades e pessoas. Nossa única certeza é a da mudança, talvez ideias simples que combinem dois ou mais elementos tecnológicos possam gerar grandes revoluções e solucionar problemas. A cidade inteligente terá que ajudar a promover o processo de transformação para que as empresas continuem crescendo e gerando lucros e as pessoas tenham um sentimento de satisfação e de desenvolvimento contínuo. É nas cidades onde vivemos que buscamos a realização de nossos sonhos.
A transformação digital está acontecendo em todas as áreas da sociedade e questões como padrões, segurança, legislação e o desenvolvimento de algoritmos capazes de analisar dados e executarem uma determinada ação são desafios deste momento.
Na era cognitiva, as pessoas farão as perguntas e os computadores darão as respostas. Tudo vai ser um dispositivo: seu carro, sua roupa, o espelho, entre outros. Teremos mais de 20 bilhões de aparelhos conectados e interagindo. As informações estarão em qualquer lugar, o tempo todo. Mudaremos mais nos próximos 20 anos do que mudamos nos últimos 200 anos.
*Luís Mário Luchetta é bacharel em Ciências Contábeis, Especialista em Planejamento e Marketing Empresarial. É membro do programa de educação continuada do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa-IBGC, do qual é conselheiro de administração e fiscal certificado. Empreendedor nacional e representante comercial, atua no trabalho coletivo do Setor de TIC, no qual desempenha a função de vice-presidente da Federação Assespro e presidente do Instituto das Cidades Inteligentes (ICI).