Iniciativa quer ampliar a proteção da Mata Atlântica e Caatinga nos próximos quatro anos e deve abranger áreas de Santa Catarina
Santa Catarina está entre os estados que devem ser abrangidos pelo “Floresta Legal – Programa de Conservação em Terras Privadas”, projeto que foca na proteção das regiões ocupadas pelos biomas Mata Atlântica e Caatinga. Coordenado pelo Instituto Ynamata e pelo Instituto Água Boa, com parceria do Ministério Público da Bahia e apoio da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, a iniciativa, que está em execução na Bahia, pretende criar 50 novas Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) nos próximos quatro anos, somando um total de cinco mil hectares de áreas protegidas.
Somente durante o lançamento do programa, em Jacobina (BA), foram preenchidos e assinados protocolos que deram a entrada no processo de criação de oito novas RPPNs naquela região. O programa prioriza a conservação dos remanescentes da Mata Atlântica, bioma que conta com menos de 14% de área original, por meio da conectividade destas áreas em possíveis corredores. Por isso, Santa Catarina, que está totalmente inserida neste bioma e possui apenas 17,46% do território da floresta original, de acordo com o Apremavi (Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida), deverá ter áreas específicas integrando o projeto de preservação, assim como o Rio Grande do Sul e Minas Gerais.
Eduardo Bruel Valente Rocha, coordenador técnico do Programa Floresta Legal, e do Instituto Ynamata, explica que os biomas abarcados pelo programa, Caatinga e Mata Atlântica, têm grande diversidade de espécies, muitas delas também endêmicas (de distribuição restrita e exclusiva) e ameaçadas. “São áreas prioritárias para conservação desses ambientes o Corredor Central da Mata Atlântica e a Chapada Diamantina, que garantem a sobrevivência de muitas plantas e animais”, explica.
Como boa parte dos remanescentes florestais do Corredor Central da Mata Atlântica e da Chapada Diamantina estão nas mãos de particulares, o foco do Programa é criar engajamento e apoio para que eles atuem na conservação destes biomas. “Os proprietários das RPPNs tornam-se protagonistas da causa ao se comprometerem a conservar áreas de forma perpétua. Isso mostra o engajamento dessas pessoas com a proteção da natureza”, destaca a diretora executiva da Fundação Grupo Boticário, Malu Nunes.
Sobre a Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza
A Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza é uma organização sem fins lucrativos cuja missão é promover e realizar ações de conservação da natureza. Criada em 1990 por iniciativa do fundador de O Boticário, Miguel Krigsner, a atuação da Fundação Grupo Boticário é nacional e suas ações incluem proteção de áreas naturais, apoio a projetos de outras instituições e disseminação de conhecimento. Desde a sua criação, a Fundação Grupo Boticário já apoiou 1.510 projetos de 496 instituições em todo o Brasil. A instituição mantém duas reservas naturais, a Reserva Natural Salto Morato, na Mata Atlântica; e a Reserva Natural Serra do Tombador, no Cerrado, os dois biomas mais ameaçados do país. Outra iniciativa é um projeto pioneiro de pagamento por serviços ambientais em regiões de manancial, o Oásis. Mais informações: http://www.fundacaogrupoboticario.org.br/